Eu não gosto da escuridão.
Eu gosto da luz, do sol, do calor, de aproveitar o dia, mesmo que seja para “fazer nada”.
Eu não gosto da escuridão.
Eu gosto de apreciar as formas e as cores em sua plenitude, com toda definição e brilho possíveis.
Eu não gosto da escuridão.
Eu gosto de tudo à luz, das verdades. Não gosto da omissão, não tenho paciência para mistério, nem de perder tempo tentando descobrir o que a luz poderia facilmente me contar.
Também não gosto de restrição, controle ou regras.
Eu gosto de sentir o vento em alta velocidade, de direcionar minhas trajetórias, de me aventurar sempre que der vontade. Eu gosto de tomar banho de mar, de assistir o movimento das ondas e sentir a pele quente do sol. Eu gosto de rir de tudo e por nada. Gosto das crises de risos mesmo com os episódios de asma que elas provocam. Eu gosto de sentir e viver com intensidade de um incêndio, de uma bomba, mesmo sabendo a força com que o fogo pode consumir. Eu gosto de relações reais, conversas diretas. Gosto de estar perto das pessoas que amo, ouvir suas vozes, observar seus gestos, criticar internamente (ou não) suas manias. Gosto de ficar só, do silêncio, de privacidade, de sonhar acordada sem interrupções. Gosto de fazer as pessoas rirem, de cozinhar pra elas, de beber com elas. E sinto profundamente a falta de tudo que gosto.